@MASTERSTHESIS{ 2020:1610791490, title = {As práticas da progressão continuada como produtoras do lumpemproletariado}, year = {2020}, url = "http://bibliotecatede.uninove.br/handle/tede/2243", abstract = "Este trabalho tem por objeto de estudo as práticas da progressão continuada adotadas na rede estadual de educação de São Paulo. Partindo dele, emergiram algumas inquietações que motivaram e direcionaram o desenvolvimento desta pesquisa: até que ponto políticas educacionais, tais como o sistema de ciclos e sua progressão continuada, além de contribuírem para a má qualidade do ensino público, possibilitam a formação de cidadãos futuramente marginalizados do mercado de trabalho e sociedade? Com o questionamento apresentado, delimitou- se, como objetivo principal, analisar a influência das práticas relativas à progressão continuada na escola pública paulista à formação e desenvolvimento do fenômeno social denominado de lumpemproletariado. Para tanto, os seguintes objetivos específicos foram elencados: descrever a organização do sistema escolar em ciclos e, nele, a progressão continuada, como propostas na legislação em vigor; levantar os procedimentos administrativos e pedagógicos relativos à organização do sistema escolar em ciclos e, particularmente, à progressão continuada; identificar as consequências negativas das práticas decorridas do sistema escolar em ciclos e da progressão continuada implantada no ensino público do estado de São Paulo; e analisar como essas práticas se tornam excludentes, podendo gerar o lumpemproletariado. Partindo dos objetivos apresentados, a pesquisa foi então desenvolvida segundo uma abordagem qualitativa, cujos dados foram levantados por meio de análise documental, observação participante e retratos sociológicos. Como universo da pesquisa, definiu-se uma escola estadual de Ensino Fundamental I e II, pertencente à Diretoria Centro da cidade de São Paulo, tendo-se, como sujeitos, o corpo docente responsável pelas turmas de 9º ano e cinco alunos dessa série. Como referencial teórico, o trabalho foi fundamentado pelos conceitos de sociedade, cultura e formação da Teoria Crítica da Escola de Frankfurt, especialmente em Adorno, Ciclo das Políticas Públicas de Stephen Ball e colaboradores; e problemas derivados do capitalismo, por Zygmunt Bauman e Ruy Braga. Após a realização dos procedimentos empíricos e análise, constatou-se que, dada a genericidade dos textos legislativos que regulamentam e dão instruções acerca da progressão continuada, bem como a falta de poder sobre seu cumprimento por parte das equipes de especialistas das unidades escolares, essa política pública é praticada de modos distintos, variando de professor para professor, não atingindo seu propósito e possibilitando que alunos passem pela escolarização sem que, para isso, adquiram as habilidades e competências necessárias e indicadas pelo próprio currículo da rede. Por isso, vem sendo escolarizada uma massa de população potencialmente excluída do mercado de trabalho, chamada de moderno lumpemproletariado. Como principal intervenção da pesquisa, recomenda- se que haja uma revisão nesses textos de modo que as práticas da progressão continuada sejam expressas de forma detalhada, além da criação de meios que possibilitem que as equipes de especialistas façam o acompanhamento efetivo sobre a observância dessas práticas por parte do corpo docente, podendo dar tratamento administrativo a quem, porventura, insistir em negligenciá-los. Essa recomendação não visa autoritarismo, mas a garantia do direito de acesso ao currículo e às aprendizagens básicas aos estudantes, o que, se não puder ser considerado uma formação emancipadora numa sociedade que também não é emancipada, possa ao menos impedir a exclusão, sem mediações.", publisher = {Universidade Nove de Julho}, scholl = {Programa de Mestrado em Gestão e Práticas Educacionais}, note = {Educação} }