@PHDTHESIS{ 2018:1801551708, title = {Pedagogia da dialogicidade: ressonâncias genéticas, intertextuais e discursivas em Pedagogia do Oprimido (o manuscrito)}, year = {2018}, url = "http://bibliotecatede.uninove.br/handle/tede/1741", abstract = "Nesta tese, examina-se o princípio da dialogicidade, enquanto vetor do pensamento freiriano, presente na publicação fac-similada do manuscrito de “Pedagogia do Oprimido”, obra “princeps” do autor, cuja análise, por sua canonicidade implícita de documento de valor histórico, poderá contribuir para a compreensão da gênese de sua teoria. Discute-se tal princípio, nesse contexto, com os seguintes objetivos: a) contribuir para explicitar potenciais sentidos que possam ser enriquecidos pelo confronto das temporalidades cruzadas presentes na obra; b) demonstrar a natureza tridimensional da dialogicidade freiriana como base de suas proposições ontológicas, epistêmicas e metodológicas; c) identificar as marcas do manuscrito enquanto escritura ensaística e os “documentos de processo” de uma obra literária de Marco Lucchesi enquanto escrita inventiva; e d) demonstrar, no manuscrito, a intersecção de dois mundos discursivos – o educativo e o político – de onde emerge o duplo ethos freiriano. Trata-se de uma pesquisa qualitativa de natureza teórico-analítica fundamentada em aportes oriundos prioritariamente da análise do discurso e da crítica genética. Estão presentes nesse texto seminal indícios intratextuais, intertextuais e paratextuais que revelam o protagonismo do princípio operatório da dialogicidade em três dimensões complementares que nos servem de perspectivas analíticas, a saber: o modo de dizer (“modus dicendi”) revelador dos movimentos escriturais de substituição, permuta, acréscimo e eliminação encobertos pelas rasuras que dão visibilidade às relações dialógicas internas por meio dos quais o “scriptor” discute com a sua escritura; o modo de mostrar (“modus mostrandi”) exposto pelo aparato intertextual e os constituintes paratextuais que compõem a obra, retratando a memória do texto, enriquecendo seus potenciais sentidos ocultos pelas dobras do tempo e alterando as condições sensíveis da sua recepção para o leitor do século XXI; e o modo de agir/ser no discurso (“modus faciendi”) sobre o qual se assenta o duplo ethos político-pedagógico de Freire, instalando-o como pioneiro da educomunicação no Brasil. Verificou-se no manuscrito o embrião matricial do que se poderia denominar “Pedagogia do diálogo educomunicativo”, urdida com o oprimido e não para o oprimido. Assim, nesta investigação, corroborou-se a hipótese de que a dialogicidade freiriana inscrita no manuscrito é um princípio operatório multidimensional que perpassa todo campo conceitual da obra, revelando-se como gesto singular que ultrapassa o campo linguístico para instalar-se na dimensão discursiva e pragmática da linguagem. Trata-se de um princípio regulador que modela o seu dizer, o seu mostrar e o seu agir/ser no discurso e no mundo, alicerçando as demais categorias. Esse princípio implicou um olhar amplo e compreensivo do ser humano e não teve como foco apenas o diálogo-denúncia da situação do oprimido, mas principalmente o anúncio das possíveis formas de reverter tal circunstância. Esta investigação revelou, também, o princípio da dialogicidade freiriana como significativo indicador do seu gesto criador, do pensamento em movimento de um Paulo Freire “escrevivente”, vale dizer, de alguém que viveu e experimentou dialogicamente os conceitos criados apoiados em sua práxis.", publisher = {Universidade Nove de Julho}, scholl = {Programa de Pós-Graduação em Educação}, note = {Educação} }