@PHDTHESIS{ 2020:1587332878, title = {Desbalanço autonômico e alterações metabólicas em adolescentes obesos}, year = {2020}, url = "http://bibliotecatede.uninove.br/handle/tede/2755", abstract = "INTRODUÇÃO: A prevalência de obesidade na infância e adolescência atingiu nível pandêmico, levando a um aumento da Síndrome Metabólica (SMet), da hipertensão arterial (HA) e da apneia obstrutiva do sono (AOS). Obesidade, AOS e HA compartilham, de forma independente, dos mesmos fatores fisiopatológicos, entre eles disfunção endotelial, hiperativação simpática e diminuição da sensibilidade barorreflexa. Em estudo prévio, observamos que adolescentes obesos apresentam disfunção endotelial, tendo como variáveis preditoras da diminuição da dilatação mediada pelo fluxo (DMF) a circunferência abdominal (CA) e a pressão arterial sistólica (PAS). Não se sabe se, além da disfunção endotelial, alterações autonômicas estariam envolvidas no aumento da PA em adolescentes obesos. OBJETIVOS: Analisar os mecanismos autonômicos envolvidos no aumento pressórico arterial de adolescentes obesos, além de fatores de risco associados. MÉTODOS: Foram estudados 25 adolescentes Obesos de ambos os sexos e 14 adolescentes Eutróficos (13,5 [13,0 – 15,8] e 14[14 – 15,5] anos, respectivamente; P=0,055), pareados por sexo, estadiamento puberal e altura. Foram avaliados: dados antropométricos, composição corporal, fatores de risco da SMet (International Diabetes Federation), capacidade funcional (VO2 pico) pelo teste de esforço cardiopulmonar, função vascular pela DMF e a AOS através do índice de apneia-hipopneia (IAH) e da saturação mínima de oxigênio (Sat min O2) na polissonografia. Para avaliação não invasiva do sistema nervoso autônomo, foi utilizado o método da análise espectral. Os sinais da PA e da FC foram registrados pelo Finometer® e eletrocardiograma, respectivamente, obtendo-se tacograma e sistograma através do software Windaq®. Posteriormente tais dados foram analisados pelo software Cardioseries®, sendo avaliados o intervalo R-R (domínio do tempo) e as bandas de frequências pré-determinadas: baixa frequência (LF; atividade simpática) entre 0,04 e 0,15 Hz e alta frequência (HF; atividade parassimpática) entre 0,15 e 0,4 Hz. Para avaliação do balanço simpato-vagal, utilizou-se a relação LF/HF e para avaliação do barorreflexo utilizou-se a raiz quadrada da razão entre LF absoluto (FC)/LF absoluto (PAS). RESULTADOS: Adolescentes Obesos apresentaram valores aumentados de peso (100±19,3 vs. 55±8,0 kg; P<0,001), CA (105,2±13,0 vs.70,0±6,2 cm; P<0,001), porcentagem de massa gorda (40,8±6,3 vs 17,0±10,0; P<0,001), PAS (118,9±10,2 vs 106,4±7,2 mmHg; P<0,001) e PAD, além de maiores níveis de Triglicérides, LDL-c e menor HDL-c, comparados aos Eutróficos. Apresentaram SMet 36% dos Obesos e 0% dos Eutróficos. Além disso, Obesos apresentaram menor VO2pico (25,0±5,8 vs. 32,2±7,8 mL O2/kg/min; P=0,013) e, apesar de não haver diferença no IAH, tiveram níveis mais baixos de Sat min O2 na polissonografia (P=0,016). Na avaliação vascular, Obesos apresentaram uma DMF menor do que os Eutróficos (6,2%±2,8% vs. 12,5%±8,3%; P=0,005). Na avaliação espectral da frequência cardíaca (FC), Obesos apresentaram maior FC média (P=0,010), menor intervalo R-R (P=0,010), maior LF (P=0,027), menor HF (P=0,030) e maior balanço simpato-vagal (LF/HF; P=0,024). Na análise espectral da PA, adolescentes Obesos apresentaram maior PAS média (P=0,047) e maior variância da PA (P=0,030) comparados aos Eutróficos. No entanto, não houve diferença na sensibilidade barorreflexa entre os 2 grupos. Em análises subsequentes, observou-se que a porcentagem de massa gorda apresentou forte correlação com o balanço simpato-vagal (R=0,476; P=0,009) e com o intervalo R-R (R=-0,551; P=0,002), assim como a CA relacionou-se com balanço simpato-vagal (R=0,399; P=0,021). CONCLUSÃO: Adolescentes Obesos apresentam aumento da atividade simpática e diminuição da atividade parassimpática. O desbalanço simpato-vagal parece ser um importante mecanismo envolvido no aumento dos níveis pressóricos de adolescentes obesos, porém, nessa fase precoce da obesidade, ainda não há diminuição da sensibilidade barorreflexa. O aumento de gordura corporal parece ser o gatilho para a disfunção autonômica em adolescentes obesos.", publisher = {Universidade Nove de Julho}, scholl = {Programa de Mestrado em Medicina}, note = {Saúde} }