@PHDTHESIS{ 2024:172588572, title = {Ubuntu e Paulo Freire: percursos da afroperspectividade para uma educação descolonizadora}, year = {2024}, url = "http://bibliotecatede.uninove.br/handle/tede/3491", abstract = "A partir do pensamento europeu moderno, a Filosofia Ocidental construiu uma autoimagem de pensamento universal e, por conseguinte, produziu uma recorrente deslegitimação dos conhecimentos produzidos em outros continentes, especialmente dos saberes oriundos da África, o território-berço da humanidade e da cultura, cujos inúmeros povos foram submetidos à escravidão colonial e à servidão neocolonial por cerca de quatro séculos. Em razão disso, os processos coloniais, que ainda perduram, sobretudo no âmbito simbólico, constituem mecanismos institucionais que, por sua vez, marginalizam, invisibilizam e oprimem as demais formas coexistentes que diferem do modelo hegemônico e normativo do Ocidente, cuja premissa é a manutenção dessa lógica nos diversos âmbitos da realidade social brasileira, africana e latino-americana. Logo, tal debate é de vital importância para a prática cotidiana da educação que preze pela pluriversalidade de conhecimentos e possibilidades da descolonização epistêmica, de modo a enriquecer as diversas formas de lidar com o mundo e com os outros. O presente estudo tem como objeto os diálogos possíveis entre a Filosofia Ubuntu e a proposta filosófico-pedagógica de Paulo Freire, particularmente no que diz respeito à potencialidade emancipadora dessas concepções humanísticas. A tese se apresenta, portanto, com o objetivo de examinar, de um lado, a Filosofia Ubuntu, em sua cosmopercepção africana bantu, a partir da preocupação tanto do indivíduo com o coletivo quanto do coletivo com o indivíduo, e, de outro, a pedagogia dialógica de Paulo Freire, que se insere na concepção de educação, segundo a qual ninguém educa ninguém, como tampouco ninguém se educa a si mesmo, já que as pessoas se educam em comunhão, mediatizadas pelo mundo. Para tanto, partimos da seguinte questão: “É possível estabelecer um diálogo entre Ubuntu e o pensamento de Paulo Freire que permita realizar uma prática para uma educação descolonizadora?” Para respondê-la, foi desenvolvida uma análise orientada por teóricos(as) descoloniais africanos(as) e afroamericanos( as), latino-americanos(as), dentre os(as) quais(as) destacam-se: Paulo Freire, Renato Nogueira, Mogobe Ramose, Frantz Fanon, Oyěwùmí. Este trabalho partiu da hipótese de que há correlações conceituais profundas entre as ideias e concepções Ubuntu e as ideias e categorias freirianas, que contribuem para potencializar os processos de descolonização das concepções e práticas educativas tradicionais e hodiernas, de modo a propor caminhos pluriversais e práticas pedagógicas emancipadoras e antirracistas, seja no âmbito da sala de aula, seja em outros espaços educativos. Do ponto de vista metodológico, a tese se desenvolveu por meio de uma pesquisa de abordagem qualitativa conceitual, de fulcro bibliográfico. Das análises produzidas, confirma-se que a práxis pedagógica ubuntuística é um fundamento cognoscitivo em que os estudos e a ciência, embasadas nas epistemologias africanas, são instrumento contracolonial, assumindo uma identidade afroperspectivista. Um fundamento praxiológico, cujos sentidos são percebidos no pensamento de Paulo Freire, alcança como uma intervenção na práxis educacional, na atuação pedagógica coletiva, com a pluriversalidade de outras epistemologias; afinal, a produção do conhecimento não tem um lugar demarcado, pois em todo o lugar no mundo se produz filosofias.", publisher = {Universidade Nove de Julho}, scholl = {Programa de Pós-Graduação em Educação}, note = {Educação} }