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Tipo do documento: Tese
Título: Razões autistas na escola: um espectro de saberes em uma condição singular
Título(s) alternativo(s): Autistic reasons in school: a spectrum of knowledge in a singular condition
Autor: Santos, Régia Vidal dos 
Primeiro orientador: Mafra, Jason Ferreira
Primeiro coorientador: Macedo, Eunice
Primeiro membro da banca: Mafra, Jason Ferreira
Segundo membro da banca: Macedo, Eunice
Terceiro membro da banca: Teixeira, Rosiley Aparecida
Quarto membro da banca: Silva, Marta Regina Paulo da
Quinto membro da banca: Silva, Maurício Pedro da
Resumo: Nesta tese, recusando a ideia de autismo como uma patologia incapacitante, propôs-se analisar as visões de jovens autistas resultantes de suas vivências escolares, aqui denominadas “razões autistas”. Partiu-se do argumento de que essas razões, a despeito de uma proposta educacional inclusiva, permanecem obliteradas. Tal argumento levou em conta três dimensões. A primeira refere-se ao fato de as pessoas autistas raramente poderem expressar suas vozes, uma vez que, por possuírem outras formas de expressão, muitas vezes, ininteligíveis a uma racionalidade normalizadora, ainda são vistas como intelectualmente limitadas e/ou socialmente desajustadas. A segunda diz respeito à afirmação do autismo como condição humana, cuja negação – tributária de uma visão patológica – corrobora práticas de discriminação negativas e opressoras. A terceira e última dimensão trouxe para o debate a atualização dos processos de exclusão da escola regular que, não se abrindo a uma perspectiva intercultural, mantêm os direitos e potenciais expectativas das pessoas autistas ignorados, silenciados e/ou subalternizados, apesar de a proteção legal ter-lhes assegurado o acesso a essas instituições de ensino e o direito à aprendizagem em meio a seus pares. À vista dessas dimensões e apoiada em uma perspectiva de escuta educativa, capaz de legitimar as leituras autênticas da realidade produzidas por pessoas que vivenciam essa condição, partiu-se da hipótese de que cada pessoa autista é dotada de uma razão particular, que pode ser sistematicamente subjugada pelas razões hegemônicas, mas que, como toda razão oprimida, é constituída de outros saberes igualmente válidos que precisam ser conhecidos e reconhecidos como condição para uma proposta educativa libertadora. Orientaram a pesquisa as seguintes questões: Quais as visões de jovens autistas a respeito de suas vivências escolares, considerando as próprias necessidades e expectativas? De que forma(s) as perspectivas de docentes acerca do autismo e dos processos de aprendizagem das pessoas autistas informam os contextos de escolarização de jovens nessa condição? Adotou-se como fio condutor da análise os estudos sobre a condição humana e pensamento alargado de Hannah Arendt; a perspectiva relacional e humanizante presente na obra de Paulo Freire; as apreciações sobre comunicação entre diferenças e justiça social, que emergem da obra de Iris Young, e a compreensão de dentro do próprio autismo apresentada por Temple Grandin. No quadro de uma pesquisa qualitativa, foram entrevistadas pessoas jovens autistas que estudam ou estudaram no ensino formal em escolas da região Sudeste do Brasil, bem como seus familiares e professores. Ao longo da investigação e em suas considerações finais, observou-se, por um lado, razões autistas que, tencionando as representações do autismo como incapacidade e resistência ao diálogo, ressignificam os atributos negativos que lhes são impostos; por outro, no fosso entre teoria e prática, razões autistas retraindo-se no horizonte hegemônico de heteronomeação. Constatou-se também que, quando leituras autênticas da realidade produzidas por pessoas que vivenciam o autismo como condição são legitimadas, uma escola plural, mais colaborativa, autêntica e humana se anuncia.
Abstract: This thesis, refusing the idea of autism as a disabling pathology, it was proposed to analyze the visions of autistic young people resulting from their school experiences, here called “autistic reasons”. It was argued that these reasons, despite an inclusive educational proposal, remain obliterated. Such an argument took into account three dimensions. The first refers to the fact that autistic people can rarely express their voices, since, having other forms of expression, often unintelligible to a normalizing rationality, they are still seen as intellectually limited and/or socially maladjusted. The second concerns the affirmation of autism as a human condition, whose denial - tributary to a pathological view - corroborates negative and oppressive discriminatory practices. The third and last dimension brought to the debate the updating of the processes of exclusion from the regular school that, not opening themselves to an intercultural perspective, maintain the rights and potential expectations of autistic people ignored, silenced and/or subordinated, although legal protection has assured them access to these educational institutions and the right to learning among their peers. In view of these dimensions and supported by a perspective of educational listening, capable of legitimizing the authentic readings of reality produced by people who experience this condition, we started from the hypothesis that each autistic person is endowed with a particular reason, which can be systematically subjugated by hegemonic reasons, but that, like any oppressed reason, it consists of other equally valid knowledge that needs to be known and recognized as a condition for a liberating educational proposal. The following questions guided the research: What are the views of autistic young people about their school experiences, considering their own needs and expectations? How do teachers' perspectives on autism and the learning processes of autistic people inform the schooling contexts of young people in this condition? It was adopted as the guiding thread of analysis the Hannah Arendt's studies of the human condition and extended thinking; the relational and humanizing perspective present in Paulo Freire's work; the appreciations of the communication between differences and social justice that emerge from Iris Young's work; and Temple Grandin's understanding of autism itself. In the framework of a qualitative research, young autistic people who study or studied in formal education in schools in the Southeast region of Brazil were interviewed, as well as their families and teachers. Throughout the investigation and in its final considerations, autistic reasons were observed, on the one hand, that, intending the representations of autism as incapacity and resistance to dialogue, resignify the negative attributes imposed on them; on the other hand, in the gap between theory and practice, autistic reasons retracting in the hegemonic horizon of heteronomization. It was also found that when authentic readings of reality produced by people who experience autism as a condition are legitimized, a plural, more collaborative, authentic and human school is announced.
Esta tesis, rechazando la idea del autismo como una patología incapacitante, se propuso analizar las visiones de los jóvenes autistas resultantes de sus experiencias escolares, aquí llamadas “razones autistas”. Se argumentó que estas razones, a pesar de una propuesta educativa inclusiva, siguen siendo borradas. Tal argumento tuvo en cuenta tres dimensiones. El primero se refiere al hecho de que las personas autistas rara vez pueden expresar sus voces, ya que, al tener otras formas de expresión, a menudo ininteligibles a una racionalidad normalizadora, todavía son vistas como intelectualmente limitadas y/o socialmente desajustadas. El segundo se refiere a la afirmación del autismo como una condición humana, cuya negación, debido a una visión patológica, corrobora prácticas de discriminación negativas y opresivas. La tercera y última dimensión trajo al debate la actualización de los procesos de exclusión de las escuelas regulares que, aunque no se abren a una perspectiva intercultural, mantienen los derechos y expectativas potenciales de las personas autistas ignoradas, silenciadas y / o subordinadas, a pesar de la protección legal. habiendo garantizado el acceso a estas instituciones educativas y el derecho al aprendizaje entre sus pares. En vista de estas dimensiones y respaldada por una perspectiva de escucha educativa, capaz de legitimar las lecturas auténticas de la realidad producidas por personas que experimentan esta condición, partimos de la hipótesis de que cada persona autista tiene una razón particular, que puede ser sistemáticamente subyugada por razones hegemónicas, pero que, como cualquier razón oprimida, se compone de otro conocimiento igualmente válido que necesita ser conocido y reconocido como condición para una propuesta educativa liberadora. Las siguientes preguntas guiaron la investigación: ¿Cuáles son los puntos de vista de los jóvenes autistas sobre sus experiencias escolares, considerando sus propias necesidades y expectativas? ¿Cómo las perspectivas de los docentes sobre el autismo y los procesos de aprendizaje de las personas autistas informan los contextos escolares de los jóvenes en esta condición? Fueron adoptados como el hilo conductor del análisis los estudios de Hannah Arendt sobre la condición humana y el pensamiento extendido; la perspectiva relacional y humanizante presente en el trabajo de Paulo Freire; la apreciación de la comunicación entre las diferencias y la justicia social que surge del trabajo de Iris Young, y la comprensión del autismo presentada por Temple Grandin. En el marco de una investigación cualitativa, se entrevistó a jóvenes autistas que estudiaban o estudiaban en educación formal en escuelas de la región sudeste de Brasil, así como a sus familias y maestros. A lo largo de la investigación y en sus consideraciones finales, se observaron razones autistas que, considerando las representaciones del autismo como incapacidad y resistencia al diálogo, resignifican los atributos negativos que se les imponen; por otro lado, en la brecha entre la teoría y la práctica, las razones autistas retroceden en el horizonte hegemónico de la heteronomización. También se descubrió que cuando se legitiman las lecturas auténticas de la realidad producidas por personas que experimentan el autismo como condición, se anuncia una escuela plural, más colaborativa, auténtica y humana.
Palavras-chave: autismo
condição humana
escuta educativa
razão autista
razões autistas
vivências escolares
autism
human condition
educational listening
autistic reason
autistic reasons
school experiences
autismo
condición humana
escucha educativa
razón autista
razones autistas
experiencias escolares
Área(s) do CNPq: CIENCIAS HUMANAS::EDUCACAO
Idioma: por
País: Brasil
Instituição: Universidade Nove de Julho
Sigla da instituição: UNINOVE
Departamento: Educação
Programa: Programa de Pós-Graduação em Educação
Citação: Santos, Régia Vidal dos. Razões autistas na escola: um espectro de saberes em uma condição singular. 2020. 327 f. Tese( Programa de Pós-Graduação em Educação) - Universidade Nove de Julho, São Paulo.
Tipo de acesso: Acesso Aberto
URI: http://bibliotecatede.uninove.br/handle/tede/2165
Data de defesa: 29-Mai-2020
Aparece nas coleções:Programa de Pós-Graduação em Educação

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