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http://bibliotecatede.uninove.br/handle/tede/3491
Tipo do documento: | Tese |
Título: | Ubuntu e Paulo Freire: percursos da afroperspectividade para uma educação descolonizadora |
Título(s) alternativo(s): | Ubuntu and Paulo Freire: afroperspectival paths towards a decolonizing education Ubuntu y Paulo Freire: caminos afroperspectivistas hacia una educación descolonizadora |
Autor: | Oliveira, Daniela Pinheiro de ![]() |
Primeiro orientador: | Mafra, Jason Ferreira |
Primeiro membro da banca: | Mafra, Jason Ferreira |
Segundo membro da banca: | Silva, Maurício Pedro da |
Terceiro membro da banca: | Teixeira, Rosiley Aparecida |
Quarto membro da banca: | Evangelista, Francisco |
Quinto membro da banca: | Silva, Marta Regina Paulo da |
Resumo: | A partir do pensamento europeu moderno, a Filosofia Ocidental construiu uma autoimagem de pensamento universal e, por conseguinte, produziu uma recorrente deslegitimação dos conhecimentos produzidos em outros continentes, especialmente dos saberes oriundos da África, o território-berço da humanidade e da cultura, cujos inúmeros povos foram submetidos à escravidão colonial e à servidão neocolonial por cerca de quatro séculos. Em razão disso, os processos coloniais, que ainda perduram, sobretudo no âmbito simbólico, constituem mecanismos institucionais que, por sua vez, marginalizam, invisibilizam e oprimem as demais formas coexistentes que diferem do modelo hegemônico e normativo do Ocidente, cuja premissa é a manutenção dessa lógica nos diversos âmbitos da realidade social brasileira, africana e latino-americana. Logo, tal debate é de vital importância para a prática cotidiana da educação que preze pela pluriversalidade de conhecimentos e possibilidades da descolonização epistêmica, de modo a enriquecer as diversas formas de lidar com o mundo e com os outros. O presente estudo tem como objeto os diálogos possíveis entre a Filosofia Ubuntu e a proposta filosófico-pedagógica de Paulo Freire, particularmente no que diz respeito à potencialidade emancipadora dessas concepções humanísticas. A tese se apresenta, portanto, com o objetivo de examinar, de um lado, a Filosofia Ubuntu, em sua cosmopercepção africana bantu, a partir da preocupação tanto do indivíduo com o coletivo quanto do coletivo com o indivíduo, e, de outro, a pedagogia dialógica de Paulo Freire, que se insere na concepção de educação, segundo a qual ninguém educa ninguém, como tampouco ninguém se educa a si mesmo, já que as pessoas se educam em comunhão, mediatizadas pelo mundo. Para tanto, partimos da seguinte questão: “É possível estabelecer um diálogo entre Ubuntu e o pensamento de Paulo Freire que permita realizar uma prática para uma educação descolonizadora?” Para respondê-la, foi desenvolvida uma análise orientada por teóricos(as) descoloniais africanos(as) e afroamericanos( as), latino-americanos(as), dentre os(as) quais(as) destacam-se: Paulo Freire, Renato Nogueira, Mogobe Ramose, Frantz Fanon, Oyěwùmí. Este trabalho partiu da hipótese de que há correlações conceituais profundas entre as ideias e concepções Ubuntu e as ideias e categorias freirianas, que contribuem para potencializar os processos de descolonização das concepções e práticas educativas tradicionais e hodiernas, de modo a propor caminhos pluriversais e práticas pedagógicas emancipadoras e antirracistas, seja no âmbito da sala de aula, seja em outros espaços educativos. Do ponto de vista metodológico, a tese se desenvolveu por meio de uma pesquisa de abordagem qualitativa conceitual, de fulcro bibliográfico. Das análises produzidas, confirma-se que a práxis pedagógica ubuntuística é um fundamento cognoscitivo em que os estudos e a ciência, embasadas nas epistemologias africanas, são instrumento contracolonial, assumindo uma identidade afroperspectivista. Um fundamento praxiológico, cujos sentidos são percebidos no pensamento de Paulo Freire, alcança como uma intervenção na práxis educacional, na atuação pedagógica coletiva, com a pluriversalidade de outras epistemologias; afinal, a produção do conhecimento não tem um lugar demarcado, pois em todo o lugar no mundo se produz filosofias. |
Abstract: | Based on modern European thought, Western philosophy built up a self-image of universal
thought and, as a result, produced a recurring delegitimization of the knowledge produced on
other continents, especially knowledge from Africa, the cradle territory of humanity and
culture, whose countless peoples were subjected to colonial slavery and neo-colonial servitude
for around four centuries. Because of this, colonial processes, which still persist, especially in
the symbolic sphere, constitute institutional mechanisms that, in turn, marginalize, make
invisible and oppress other coexisting forms that differ from the hegemonic and normative
model of the West, whose premise is the maintenance of this logic in the various spheres of
Brazilian, African and Latin American social reality. Therefore, this debate is vitally important
for the daily practice of education that values the plurality of knowledge and the possibilities
of epistemic decolonization, in order to enrich the various ways of dealing with the world and
with others. This study focuses on the possible dialogues between Ubuntu Philosophy and Paulo
Freire's philosophical-pedagogical proposal, particularly with regard to the emancipatory
potential of these humanistic conceptions.The thesis is therefore presented with the aim of
examining, on the one hand, the Ubuntu Philosophy, in its Bantu African cosmoperception,
based on the concern both of the individual with the collective and of the collective with the
individual, and, on the other hand, Paulo Freire's dialogical pedagogy, which is part of the
concept of education according to which nobody educates anyone, nor does anyone educate
themselves, since people educate themselves in communion, mediated by the world. To this
end, we started with the following question: "Is it possible to establish a dialogue between
Ubuntu and Paulo Freire's thought that allows us to carry out a practice for decolonizing
education?" To answer this question, we developed an analysis guided by African, Afro-
American and Latin American decolonial theorists, among whom the following stand out: Paulo
Freire, Renato Nogueira, Mogobe Ramose, Frantz Fanon, Oyěwùmí. This work started from
the hypothesis that there are profound conceptual correlations between Ubuntu ideas and
conceptions and Freirean ideas and categories, which contribute to enhancing the processes of
decolonization of traditional and modern educational conceptions and practices, in order to
propose pluriversal paths and emancipatory and anti-racist pedagogical practices, both in the
classroom and in other educational spaces. From a methodological point of view, the thesis is
developed through a qualitative conceptual approach, with a bibliographic focus. The analysis
produced confirms that the ubuntuistic pedagogical praxis is a cognitive foundation in which
studies and science, based on African epistemologies, are a counter-colonial instrument,
assuming an Afro-perspectival identity. A praxeological foundation whose meanings are
perceived in Paulo Freire's thought, it reaches out as an intervention in educational praxis, in
collective pedagogical action with the pluriversality of other epistemologies; after all, the
production of knowledge has no demarcated place, because philosophies are produced
everywhere in the world. A partir del pensamiento europeo moderno, la filosofía occidental construyó una autoimagen de pensamiento universal y, como resultado, produjo una deslegitimación recurrente de los saberes producidos en otros continentes, especialmente los saberes de África, territorio cuna de la humanidad y de la cultura, cuyos innumerables pueblos fueron sometidos a la esclavitud colonial y a la servidumbre neocolonial durante cerca de cuatro siglos. Como resultado, los procesos coloniales que aún persisten, especialmente en la esfera simbólica, constituyen mecanismos institucionales que, a su vez, marginan, invisibilizan y oprimen las otras formas coexistentes que difieren del modelo hegemónico y normativo de Occidente, cuya premisa es el mantenimiento de esta lógica en las diversas esferas de la realidad social brasileña, africana y latinoamericana. Por lo tanto, este debate es de vital importancia para la práctica cotidiana de una educación que valore la pluralidad de los saberes y las posibilidades de descolonización epistémica, a fin de enriquecer las diferentes formas de lidiar con el mundo y con los otros. Este estudio se centra en los posibles diálogos entre la filosofía Ubuntu y la propuesta filosóficopedagógica de Paulo Freire, particularmente en lo que se refiere al potencial emancipador de estas concepciones humanísticas. La tesis se presenta, por tanto, con el objetivo de examinar, por un lado, la Filosofía Ubuntu, en su cosmopercepción bantú africana, basada en la preocupación tanto del individuo con el colectivo como del colectivo con el individuo, y, por otro, la pedagogía dialógica de Paulo Freire, que parte del concepto de educación según el cual nadie educa a nadie, ni nadie se educa a sí mismo, ya que las personas se educan en comunión, mediadas por el mundo. Para ello, partimos de la siguiente pregunta: "¿Es posible establecer un diálogo entre Ubuntu y el pensamiento de Paulo Freire que nos permita llevar a cabo una práctica para descolonizar la educación?" Para responder a esta pregunta, desarrollamos un análisis guiado por teóricos decoloniales africanos, afroamericanos y latinoamericanos, entre los que destacan: Paulo Freire, Renato Nogueira, Mogobe Ramose, Frantz Fanon, Oyěwùmí. Este trabajo partió de la hipótesis de que existen profundas correlaciones conceptuales entre las ideas y concepciones Ubuntu y las ideas y categorías freireanas, que contribuyen a potenciar los procesos de descolonización de las concepciones y prácticas educativas tradicionales y modernas, para proponer caminos pluriversales y prácticas pedagógicas emancipadoras y antirracistas, tanto en el aula como en otros espacios educativos. Desde el punto de vista metodológico, la tesis se realiza mediante un enfoque cualitativo conceptual, con un enfoque bibliográfico. Los análisis producidos confirman que la praxis pedagógica ubuntuista es un fundamento cognitivo en el que los estudios y la ciencia, basados en epistemologías africanas, son un instrumento contracolonial, asumiendo una identidad afroperspectivista. Un fundamento praxiológico cuyos significados se perciben en el pensamiento de Paulo Freire, se extiende como una intervención en la praxis educativa, en la acción pedagógica colectiva con la pluriversalidad de otras epistemologías; después de todo, la producción de conocimiento no tiene lugar demarcado, porque las filosofías se producen en todas partes del mundo. |
Palavras-chave: | filosofia africana Ubuntu descolonização afroperspectividade Paulo Freire african philosophy Ubuntu decolonization afroperspectivity Paulo Freire filosofía africana Ubuntu descolonización afroperspectividad Paulo Freire |
Área(s) do CNPq: | CIENCIAS HUMANAS::EDUCACAO |
Idioma: | por |
País: | Brasil |
Instituição: | Universidade Nove de Julho |
Sigla da instituição: | UNINOVE |
Departamento: | Educação |
Programa: | Programa de Pós-Graduação em Educação |
Citação: | Oliveira, Daniela Pinheiro de. Ubuntu e Paulo Freire: percursos da afroperspectividade para uma educação descolonizadora. 2024. 226 f. Tese( Programa de Pós-Graduação em Educação) - Universidade Nove de Julho, São Paulo. |
Tipo de acesso: | Acesso Aberto |
URI: | http://bibliotecatede.uninove.br/handle/tede/3491 |
Data de defesa: | 26-Jun-2024 |
Aparece nas coleções: | Programa de Pós-Graduação em Educação |
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